Falar em pureza hoje soa como algo impossível, inatingível. Algo que só os Anjos têm, pensamos. Algo que só poderia existir no Jardim do Éden. Ou na inocência das crianças.
Mas da forma como o mundo se encontra, soterrado pela desconfiança, pela violência e pela agressividade, urge buscar um pouco da pureza perdida.
Urge ser um pouco criança, rir despreocupadamente, olhar nos olhos do outro sem medo, não pensar no amanhã.
Não estou dizendo que devemos jogar tudo para o alto e sermos inconsequentes. Há um mundo em que vivemos, onde temos responsabilidades e deveres. Há muito para ser feito.
Entretanto, por que não fazermos nossas tarefas diárias com a alegria da simplicidade?
Mas como resgatar essa alegria pura? Fazendo uma viagem à nossa infância, vamos relembrar de fatos positivos e de como éramos... Do que mais gostávamos de fazer...
Qual era nosso brinquedo preferido... Do que mais gostávamos de comer... Qual travessura fizemos e que hoje rimos ao lembrar...
Também vamos recordar de como éramos sinceros em nossas emoções, como tínhamos facilidade para falar o "não" que hoje pode ser difícil para muitos... Como tínhamos foco em nossos desejos - o " eu quero!" era poderoso, mesmo sabendo que talvez o desejo nos fosse negado. Como era gostoso ser simples e poder correr, cantar, rir e brincar.
Mesmo quem teve uma infância sofrida, teve seus momentos de escape que só uma criança consegue ter, para habitar seu mundo próprio, onde nada ou ninguém pode destrui-lo.
Essas particularidades fizeram de nós o adulto que somos hoje, com a diferença que hoje, na maioria das vezes, nos cobrimos com uma máscara ou com uma armadura para nos proteger.
Tudo isso junto era oriundo da pureza de nosso espírito não corrompido pelos padrões mais tarde impostos pela sociedade. Um dia vieram os "tem que", o ter antes de ser, o acumular, a competição, o status. A bola de neve foi crescendo até fazer de nossa vida uma avalanche de emoções e de pressões que nos sufocam.
A infância não é um tempo perdido. A pureza da meninice não é irrecuperável.
Olhando uma foto sua, ainda criança, busque aquele que um dia você foi e identifique-se com ele novamente. Olhe nos seus olhos e ame-se!
Dê um presente para sua criança, ou seja, presenteie-se com algo simples que o faça feliz. Este gesto vai contactá~lo com a pureza perdida e trazê-la, ao menos um pouco, para sua vida de hoje. Será o diferencial para enfrentar a densidade existente.
Essa pureza genuína, quando cultivada, nos conecta ao ser divino que somos, filhos de Deus, puros e perfeitos.
Shanti!
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